Modernidade,
Pós-Modernidade e Multiculturalismo
É natural ao homem/mulher
contemporâneo procurar fazer explicação do seu presente pelo seu passado, como
se pretendesse responder a pergunta “porque
estamos assim?”. Essa classificação de concepções humanas ao longo da
história tem por finalidade categorizar e facilitar a compreensão da forma de
pensar e viver do ser humano nesses períodos. Essas formas de pensar geram
formas de viver e conviver, que concebemos como cultura, e que em nossos dias
se apresenta como culturas plurais (globalização). Entendamos um pouco essa
transformação histórico-social.
Modernidade:
foi
à atmosfera cultural que permeou o período histórico entre o inicio da Expansão
Marítima (séc. XV) e percorreu o racionalismo histórico, chamado Iluminismo, e
se solidificou na Revolução Industrial. O pilar da Modernidade é a crença no
conceito de progresso (positivismo), a noção de “sujeito” (individuo) e a
centralização na racionalidade humana. Contudo, e subsequente aos pilares
citados, a maior característica da Modernidade é sem dúvidas o desenvolvimento
do capitalismo. Os modos e modelos de produção capitalista redefiniram
contextos culturais e estilos de vida sociais (Revolução Industrial – Revolução
Tecnológica – Indústria Cultural).
Pós-Modernidade: seria
a percepção da mudança estrutural – social – econômica das condições que
definiriam a modernidade. A mais significativa dessas mudanças é o fim das
metanarrativas (esquemas filosóficos explicativos da vida e do mundo –
filosofia/razão e Deus/religião), inclusive da própria ciência como verdade e
certeza definitiva. Zygmunt Bauman trata a pós-modernidade como modernidade
líquida (uma realidade ambígua, multiforme, individualista, consumista e
hedonista) que se apresenta com as mesmas estruturas (família, amor, religião,
capitalismo) da modernidade, contudo tendo agora muita flexibilidade (líquida).
A pós-modernidade é marcada (filosofia,
ideologia, religião) pela conciliação de verdades inconciliáveis. É marcada,
também, pelo capitalismo pós-industrial, que significa que a economia não se
estrutura mais pela produção de mercadorias e sim pelo consumo de mercadorias. Outra
grande característica deste período histórico-contemporâneo é a “Síndrome do
Consumismo e a Ética do Hedonista”. Para entender a sociedade pós-moderna é
preciso partir da alteridade que se acha no âmago do eu (o eu é um outro), o
que se chama de “eucentrismo”. Se fossemos categorizar e apontar o aspecto
central de cada período histórico, o Medieval seria teológico; o Moderno seria
econômico e o Pós-Moderno seria estético-hedonista.
Multiculturalismo: já
vimos que a globalização imprimiu profundas mudanças nas relações sociais e nas
culturas, isso por ser ela um acontecimento central da pós-modernidade. O termo
multiculturalismo representa a coexistência de múltiplas culturas num mesmo
lugar, é uma sociedade composta de pessoas de “mundo diferentes”. O
multiculturalismo está em oposição ao etnocentrismo e a monoculturalismo.
A globalização do capital e a
circulação de novas tecnologias trazem consigo a afirmação de identidades
locais e regionais, que tem direitos a diferença, ou seja, direito de ser
diferente. O Multiculturalismo é, nestes termos, a não uniformização social,
mas o advento contemporâneo do “olhar sobre si a partir de si” (quem pode falar
o que é ser pobre, ou o que é ser mulher?), essa nova realidade social é a
possibilidade de olhar e interpretar o mundo na própria perspectiva cultural.
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