quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Modernidade, Pós-Modernidade e Multiculturalismo

Modernidade, Pós-Modernidade e Multiculturalismo

É natural ao homem/mulher contemporâneo procurar fazer explicação do seu presente pelo seu passado, como se pretendesse responder a pergunta “porque estamos assim?”. Essa classificação de concepções humanas ao longo da história tem por finalidade categorizar e facilitar a compreensão da forma de pensar e viver do ser humano nesses períodos. Essas formas de pensar geram formas de viver e conviver, que concebemos como cultura, e que em nossos dias se apresenta como culturas plurais (globalização). Entendamos um pouco essa transformação histórico-social.
Modernidade: foi à atmosfera cultural que permeou o período histórico entre o inicio da Expansão Marítima (séc. XV) e percorreu o racionalismo histórico, chamado Iluminismo, e se solidificou na Revolução Industrial. O pilar da Modernidade é a crença no conceito de progresso (positivismo), a noção de “sujeito” (individuo) e a centralização na racionalidade humana. Contudo, e subsequente aos pilares citados, a maior característica da Modernidade é sem dúvidas o desenvolvimento do capitalismo. Os modos e modelos de produção capitalista redefiniram contextos culturais e estilos de vida sociais (Revolução Industrial – Revolução Tecnológica – Indústria Cultural).
Pós-Modernidade: seria a percepção da mudança estrutural – social – econômica das condições que definiriam a modernidade. A mais significativa dessas mudanças é o fim das metanarrativas (esquemas filosóficos explicativos da vida e do mundo – filosofia/razão e Deus/religião), inclusive da própria ciência como verdade e certeza definitiva. Zygmunt Bauman trata a pós-modernidade como modernidade líquida (uma realidade ambígua, multiforme, individualista, consumista e hedonista) que se apresenta com as mesmas estruturas (família, amor, religião, capitalismo) da modernidade, contudo tendo agora muita flexibilidade (líquida).
A pós-modernidade é marcada (filosofia, ideologia, religião) pela conciliação de verdades inconciliáveis. É marcada, também, pelo capitalismo pós-industrial, que significa que a economia não se estrutura mais pela produção de mercadorias e sim pelo consumo de mercadorias. Outra grande característica deste período histórico-contemporâneo é a “Síndrome do Consumismo e a Ética do Hedonista”. Para entender a sociedade pós-moderna é preciso partir da alteridade que se acha no âmago do eu (o eu é um outro), o que se chama de “eucentrismo”. Se fossemos categorizar e apontar o aspecto central de cada período histórico, o Medieval seria teológico; o Moderno seria econômico e o Pós-Moderno seria estético-hedonista.
Multiculturalismo: já vimos que a globalização imprimiu profundas mudanças nas relações sociais e nas culturas, isso por ser ela um acontecimento central da pós-modernidade. O termo multiculturalismo representa a coexistência de múltiplas culturas num mesmo lugar, é uma sociedade composta de pessoas de “mundo diferentes”. O multiculturalismo está em oposição ao etnocentrismo e a monoculturalismo.

A globalização do capital e a circulação de novas tecnologias trazem consigo a afirmação de identidades locais e regionais, que tem direitos a diferença, ou seja, direito de ser diferente. O Multiculturalismo é, nestes termos, a não uniformização social, mas o advento contemporâneo do “olhar sobre si a partir de si” (quem pode falar o que é ser pobre, ou o que é ser mulher?), essa nova realidade social é a possibilidade de olhar e interpretar o mundo na própria perspectiva cultural.

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