domingo, 30 de abril de 2017

Cultura, o que é isso?

Cultura, o que é isso?
CULTURA do latim colere que tem o sentido de “cultivo de” que quando aplicado nas ciências sociais (sociologia, antropologia, psicologia social) pretende dar sentido a toda apreensão humana e aprendizagem social que obtém por meio de sua socialização, a partir de sua sociedade de pertencimento.
Nas artes a cultura se apresenta como o cultivo de valores, inspirações, expressões que por encontrar ressonância pessoal e cultural (transcendência valorativa) entre o artista e aquele que contempla sua obra. Na vida a cultura se apresenta como o cultivo de diversificadas expressões e organizações humanas, que podemos perceber nos grupos humanos, nas tribos indígenas ou urbanas (rock, punk, funk, mpb, sertanejo, gospel). Temos também a cultura como cultivo intelectual e cognitivo, que diz respeito aos saberes cultivados ou adquiridos pelo indivíduo. Termo que designa o possuidor de tal cultura como “culto” ou “pessoa com cultura”.
A palavra cultura tem como origem primaria o cultivo, a transformação da natureza, ou seja, tirar algo de seu estado natural para lhe dar uma significação, sentido, utilidade que não lhe são inerentes (lã/roupas, minério/metal, laranja/álcool, água/energia). A cultura aplicada a existência e convivência humana visa transformar a sua natureza. Ela, a cultura, tira o homem do que lhe é natural como natureza[1] e lhe possibilita transcender a si mesmo, sua animalidade, e transcender a todos que lhe antecederam culturalmente e evolutivamente. Adquirindo cultura, o homem passou a depender mais do aprendizado cultural do que a depender do agir através de atitudes geneticamente determinadas. O processo de aprendizagem determina o comportamento do homem/mulher e a sua capacidade artística ou profissional. A cultura é um processo acumulativo resultante de toda a experiência histórica, experiência geracional, experiência social. Esse processo cultural/histórico/geracional limita ou estimula a ação criativa/criadora do indivíduo. Vejamos alguns estudiosos da questão.
Aristóteles, que nunca usou o termo cultura, definia o homem como um zoon politikon (animal político), um animal que se humaniza na polis/política, que seria a ética no conviver para aprimoramento do viver.
Para John Locke a mente humana não é mais do que uma caixa vazia na ocasião de seu nascimento, está é dotada apenas da capacidade ilimitada de obter conhecimento. Está ai a grande necessidade cultural.
Clifford Geertz alegoriza dizendo que somos Hardwares com softwares (projetados, programado) que são a forma e meio de entender/perceber o mundo. Aqui temos um tema de reflexão contemporânea, que é a de que a cultura virtual é transposta na cultura real, só que a cultura virtual seria um espelhamento da cultura real. Um post virá padrão e vira referência, um ato particular que viraliza e se torna expressão cultural, ainda que temporária.  
Benedict diz: “a cultura é como uma lente através da qual o homem vê o mundo”. Com ele podemos pensar a respeito do Etnocentrismo (percepção e projeção cultural centrada na própria cultura), que exige a aceitação da diversidade, compreender a diversidade cultural e respeitar as diferenças.
Boa Ventura de Sousa Santos aborda a cultura e a multiplicidade de multiculturalismo e questiona, também, a atitude etnocêntrica que é a imposição da cultura de um grupo sobre outra cultura seja na religião, grupos de skate, rap, funk, área acadêmica, economistas.
Temos até aqui que a cultura não é biológica (o homem é o único animal com cultura), que se faz como uma especificidade humana. Assim, não podemos falar de determinismo biológico de povos, tribos, gêneros ou etnias. O que podemos afirmar é que as culturas não são estáticas e sim dinâmicas, que a cultura é uma simultaneidade de relações aprendidas e repetidas que se refazem dinamicamente na continuidade dessas relações. Afirmar que a cultura é um grande mecanismo de produção de significados material ou imaterial. Que cultura é um termo aberto e em transição, que se define como não definível. E que é também, específica de um grupo, de um jeito de viver econômico e educacional, que se subdivide em Cultura elite Cultural popular. Podemos falar que julgar, avaliar e inferiorizar uma cultura (etnocentrismo) qualquer não é coerente, visto que as culturas são uma construção sócio relacional em uma condição sócio existencial que não pode ser julgada, analisada, entendida com as lentes de uma outra cultura. Falar que temos aqui uma primeira abordagem sobre o tema cultura, que nos ajudará no caminho/processo de compreensão do mundo e de nós mesmos nele.
 O ser humano pode ajustar-se a um número maior de ambientes do que qualquer outra criatura, multiplicar-se infinitamente mais depressa do que qualquer mamífero superior, e derrotar o urso polar, a lebre, o gavião e o tigre, em seus recursos especiais. Pelo controle do fogo e pela habilidade de fazer roupas e casas, o homem pode viver, e vive e viceja, desde os polos da Terra até o equador. Nos trens e automóveis que constrói, pode superar a mais rápida lebre ou avestruz. Nos aviões e foguetes pode subir mais alto do que a águia, e, com os telescópios, ver mais longe do que o gavião. Com armas de fogo pode derrubar animais que nenhum tigre ousaria atacar. Mas fogo, roupas, casas, trens, automóveis, aviões, telescópios e armas de fogo não são parte do corpo do homem. Eles não são herdados no sentido biológico. O conhecimento necessário para sua produção e uso é parte do nosso legado social. Resulta de uma tradição acumulada por muitas gerações e transmitida, não pelo sangue, mas através da linguagem (fala e escrita). A compensação que o homem tem pelos seus dotes corporais relativamente pobres é o cérebro grande e complexo, centro de um extenso e delicado sistema nervoso, que lhe permite desenvolver sua própria cultura. (G. CHILDE. A evolução do homem. P.40 – 41).
Assim concluímos que: “Cultura é um adestramento fisiológico, biológico, neural e cognitivo a determinadas determinantes sócio estruturais estruturadas e estruturantes do ser que se perfazem nele na relação com o mundo”.




[1] Lembrando de Rosseau, “Gato é Gato”, o homem não tem instinto humano  e assim precisa desenvolver uma “tecnologia” adaptativa para viver e evolutiva para melhorar o viver.

domingo, 23 de abril de 2017

Consciência, Alienação e Ideologia

Consciência, Alienação e Ideologia
Consciência
As possibilidades do pensar humano são gigantescas e não encontraram ainda as suas limitações em nossos conhecimentos e pesquisas. Para a sociologia, ela se inicia e acontece em uma realidade específica, que a molda e a condiciona. A consciência (o pensamento) é a maneira estrutural em que se condiciona as potencialidades do pensamento. O pensamento por sua vez está condicionado as estruturas sociais, e assim, a consciência humana é consciência social. Vejamos isso na estrutura social dos três principais sociólogos.
Para Émile Durkheim (1858-1917) a sociedade é o resultado da combinação de consciências individuais que se perfazem em uma consciência coletiva, essa consciência coletiva ou coletivizada, se torna fato social sobre os indivíduos que dela participam.
Para Karl Marx (1818-1883) a existência é social, mas é também econômica, e assim, a condição sócio econômica é determinadora da consciência, assim, a consciência se faz como consciência de classe. A consciência de um indivíduo de classe dominante (burguês) será diferente e oposta da consciência daquele que pertença a classe dominada (proletário).
Para Max Weber (1864-1920) a consciência é social e performática (formatada), se amolda as estruturas sociais vigentes, e mais influentes. E assim, temos que essa consciência possa ter uma predominância referencial (religiosa, política, econômica, esportista, acadêmica, por faixa etária), porém é também uma mistura de todas essas áreas, ela é uma consciência interligada em múltiplas áreas cognitivas. Para Weber o pensamento é a junção, a significação dessas áreas no indivíduo, se estabelecendo como formação social que será analisada por Max Weber como ação social (motivação da ação do indivíduo), que é de onde parte sua análise, estudo e entendimento da sociedade.

Alienação
Alienação é um termo derivado da palavra alienus= de fora, do outro. Alienação é uma forma de ver, pertencer, entender a realidade com a influência ou consciência do outro. É a formação em um indivíduo[DR1]  da consciência de outra pessoa ou grupo. Essa alienação é melhor compreendida em categorias.
Alienação Social=> nela o indivíduo não se reconhece como produtor e integrante das realidades e instituições sociais e políticas que participa, como por exemplo, análise política sem responsabilização, análise escolar sem auto inclusão, análise familiar sem responsabilidade, e outros.
Alienação Econômica=> a aceitação é a aceitação da condição e situação econômica como natural, normal e inevitável. Jean Jacques Rosseau dirá que o homem em lugar nenhum surgiu envolto em sociedades desiguais, se se tornou foi porque assim o fez e assim o permitiu, que não é um condicionamento natural.
Para Karl Marx a alienação acontece em etapas. 1º O trabalhador ao vender sua força de trabalho para o proprietário do capital (burguês) se torna uma mercadoria para este, mercadoria que produz mercadorias. 2º O trabalhador, enquanto classe social, não percebe que a excelência do que produz com seu trabalho não lhe está acessível, elas (mercadoria) valem muitos mais do que o salário que lhe é pago pelo trabalho, ou seja, o que ele produz vale mais do que ele como pessoa. 3º O trabalhador perde enquanto produtor controle e conhecimento sobre a sua própria produção, ficando alienado daquilo que faz, ficando alienado de si mesmo enquanto trabalhador. Já não é mais um produtor de nada em especifico
Alienação Intelectual=> resulta da crença comum de que o trabalho intelectual é mais valioso que o trabalho material. Está alienação resulta da separação entre o trabalho material e o trabalho intelectual, segregando o trabalho do primeiro do trabalho do segundo. Ignora-se que o trabalho intelectual (planejamento, orçamento, planilha, recursos humanos) é determinado pelo trabalho material, é o trabalho material quem produz o trabalho intelectual, e que o próprio processo laborioso do trabalho material está condicionado a realização de um trabalho intelectual prévio por aquele que o executa.

Ideologia
No plano social, as ideologias são concebidas como valores e ideias que legitimam e mantém o status quo. Na formação e composição social de uma dada sociedade são estabelecidas pelo convívio, a existência/convivência é a base, formas, regras e normas de se conviver que ganharão independência da convivência e que passarão a determinar a convivência sem ter a convivência como base. Está será uma convivência ideal, está será um conjunto de ideais determinadores de como conviver, que não mais depende da convivência para isso. Aqui é preciso pensar que a realidade estabelecida é defendida por alguém que se beneficie em que ela se mantenha como está, visto que se favorece com isso. Assim, criam-se instituições, organizações, sistemas educacionais e ideológicos (mídia) defensores da realidade como é para que não haja interesse em transformar a mesma.
Um fator fundamental no conceito de ideologia é o de que ela precisa ocultar o real para suplantar sobre o mesmo a si mesma (Marilena Chauí). A Ideologia obscurece a consciência daqueles que dela participam para que não percebam sua dominação, subjugação e exploração. Para desacreditar que a realidade poderia ser diferente, ou desacreditar que poderia ser melhor.
Ideologia, como o nome sugere, é o estudo das ideias que compõem uma dada realidade social/existencial, e que como toda realidade humana é composta pelo pensar humano objetivado e objetivante, ou seja, é composta por realidades e vivências humanamente estabelecidas.
No sentido mais amplo, e comumente empregado, ela significa um conjunto de ideias. No outro sentido, marxista, ideologia é alienação da consciência de uma classe por outra classe. O pensamento dos dominantes (burgueses) presente e legitimado na consciência dos dominados (proletários), que validam seu agir e existir segundo eles (burgueses).

Resumindo: a consciência é consciência social, estabelecida a partir das realidades sociais de existências e suas variantes culturais, como economia, religião, educação e outros. A alienação é a ideologia de uma estrutura de pensamento sobre outra estrutura de pensamento, ou seja, ideias que determinam o viver sem levar em conta o próprio viver daquele que assimila a ideologia (Escola pública e Enem). Por outro lado a alienação é a exclusão do ser daquilo que realiza enquanto ser, seja ela uma alienação social, profissional ou intelectual. As ciências sociais visam com essas três esferas do saber (consciência, alienação e ideologia) apresentar sociologicamente a origem do saber, sua aplicação, objetivação e destinos. Haverá quem faça dessas esferas sua base sociológica de entender o mundo e de buscar transformar o mundo. Nossa objetivação é de que fique compreensível a formação da formação da consciência social que se torna organizacional para legitimar os modelos formados a partir da convivência. 


sábado, 8 de abril de 2017

Alteridade e Convivência – Emmanuel Levinas

Alteridade e Convivência – Emmanuel Levinas

Emmanuel Levinas foi um filósofo francês de família judaica, que caracteriza suas obras numa perspectiva fenomenológica, que é primeiramente uma descrição dos atos do espirito, sua intencionalidade, afeição e sensibilidade; e em segundo é uma reflexão a partir do indivíduo. A partir dessas duas estruturas desenvolve sua concepção ética, que é comprometida com o permanente reconhecimento do outro.
Aqui Levinas irá inverter uma máxima maquiavelista tão comum na ética capitalista de nossos dias, que é a de que “os fins justificam os meios”, ou seja, o resultado pretendido é o que importa nas relações que são estabelecidas. Para Levinas os fins não justificam os meios, visto que o outro é fundamental para constituição do si mesmo. O outro é constituinte do eu, a formação de um se dá através do outro (o rosto do outro sempre pede uma resposta). Se a formação do eu se dá na relação direta ou indireta com o outro, esse outro é gerador no eu do infinito de si. A existência é a necessidade do infinito, a necessidade do outro, a identificação que tenho de mim na relação com o outro, e que faz com que sejamos incompletos, já que por mais que eu seja satisfatório em mim, está no outro a real satisfação, ou a satisfação ainda maior de mim mesmo. Assim temos que “o desejo pelo infinito se realiza no outro em retroação consigo e com o outro”. É o desejo do infinito, dirá Levinas, pois quando uma convivência é boa nos faz querer mais, e isso infinitamente. Aqui então temos uma primeira definição de alteridade, que é alimentar o desejo do infinito na relação com o outro. A complexidade da descrição de si na música “Infinito Particular” da Marisa Montes, é reveladora desse infinito relacional. Compreender a outra pessoa é tomar para si aquilo que é ela, ou dela. E a alteridade é essa ação compreensiva do outro no eu sem eliminar o seu tu.
Essas concepções Levinianas nos levarão necessária a nos perguntar e definir as duas perguntas históricas: “O que é o ser?” Se somos o infinito em formação na alteridade, ou seja, o infinito que se perfaz em infinito, e a outra “O que é a verdade?” Ora, se a compreensão de si e do outro são temporárias, já que o eu e o outro são uma permanente construção relacional (conceito que tem referência direta em Heráclito no conceito sobre o ser que é ser ao não ser, mobilismo existencial), a compreensão do mundo também o será, e as concepções de verdades (oposição a uma só Verdade) também serão. A filosofia é, nestes termos, a busca das verdades, a busca das exterioridades reveladoras das condicionantes existenciais e relacionais. Agora objetiva-se relacionar se concretamente com o que está além do eu, exterior, fora de seu controle, de sua posse, sob a qual o eu não tem domínio nenhum. 
Aqui surge uma indagação: como compreender o outro sendo o eu um outro, e ao mesmo tempo sabendo do desejo infinito constituinte dessa relação? Levinas dirá que para refletir sobre o outro não é possível cometer o erro de se colocar no lugar do outro, exatamente por ser o outro um outro que não pode ser compreendido em si, ele precisa ser respeitado em si, compreendido em si, aceito em si. O outro não pode ser um outro em mim, precisa ter seu espaço existencial respeitado para que possa ser esse outro que me permite na alteridade ser eu.
Aqui Emmanuel Levinas faz uma crítica feroz ao modo de produção capitalista, com referências diretas a Industria Cultural, pois nessas concepções contemporâneas o outro é um obstáculo do eu, um empecilho para si, um adversário na construção pessoal. Para Levinas, Alteridade é respeito ao outro como outro, e a busca da construção de um eu que se faz só na subjugação do eu-outro, não pode ser um eu autêntico, visto que está negando a si o único meio saudável de se ser um ser, um eu expansivo e infinito. 
Vale aqui lembrar que o conceito da subjetividade como fundamento da realidade perpassa toda a modernidade. Essa lógica capitalista ou industrial quebra o conceito da compreensão do outro como ser para torna-lo uma coisa, um objeto quantificável e descritível. Aqui temos um conceito que representa essa ideia, o que ele chama de “Filicídio” que é o nome do pai no filho. Uma tentativa de extensão do eu do pai no eu do filho. 
A proposta de Emmanuel Levinas é de uma nova relação ética entre o ser e o externo ao ser, para que aconteça uma relação entre ser e ser, e não ser e coisa. Aqui acontece uma diferenciação e junção nos conceitos de ética que seriam entre êthos e éthos. O primeiro Êthos é concebido como a morada do ser, a personalidade e os hábitos; já o Éthos é entendido como costume social, aquilo que se faz no convívio social. Assim, a ética da alteridade é viver a alteridade tanto quanto aos costumes quanto no valor e significado que damos as coisas no privado. O sentido e propósito da unificação ética é a preservação da morte e a luta pela vida para o maior número possível, aqui temos uma junção da alteridade com o pensamento utilitarista[1]
A ética se amplia para uma contextualização do ser com o outro e  os outros no todo que se impõe e nos compõem, porque fora da alteridade eu me fetichizo, me sacralizo e torno possível a utilização do outro para o meu querer, para o meu prazer. Um exemplo contemporâneo é o “ficar”, sem comprometimento ou envolvimento afetivo. O anti-fetichismo pessoal e político é abrir se ao outro para se abrir ao infinito somente possível na relação altera com o outro. A ética altera se politiza (a política é necessária), pois para uma existência ser ética precisa ser política no micro e no macro (sabendo que o macro define o micro – o preço da farinha, por exemplo). A dialética da alteridade levada ao termos irá considerar a condição indivíduo a partir dele e não de um esquema social, por exemplo, a ajuda para um morador de rua não é necessariamente o seu retorno social,                                                                                                                                      aquilo que se considera o padrão.
Para que possamos encerrar nossa textualização dos conceitos centrais de Emmanuel Levinas, uma última proposição é a de bem comum, que segundo ele só pode acontecer na alteridade, só podemos estabelecer o que é bom para o coletivo estabelecendo a alteridade entre ele, para que na compreensão e aceitação do outro se estabelece os parâmetros para o si mesmo em busca do bem comum para todos. Está atitude se torna compreensível quando se entende que o ser humano se define e se constrói historicamente, e é historicamente que precisa definir sua convivência. E a alteridade, o passo necessário, é em nossos tempos o caminho necessário para que possamos construir a melhor convivência possível (existência do infinito) em uma sociedade tão avessa ao cuidado com o outro, e tão avessa em se abrir para outro para conviver e assim existir no melhor possível de si, que é a infinitude relacional como limite. O eu e o outro em conjugação produzem uma existência tão plena quanto ilimitada na elaboração continua de eus e outros na constante experiência de se transcender como ser.



[1] Teoria desenvolvida na filosofia liberal inglesa, que considera a boa ação ou a boa regra de conduta caracterizáveis pela utilidade e pelo prazer que podem proporcionar a um indivíduo e, em extensão, à coletividade.