O homem (ser humano) é homem
porque difere dos outros seres da natureza, não por sua constituição
física/fisiológica (mamífero como outros), e sim por sua capacidade de olhar o
mundo e se incluir nesse, ou se perceber diferente dele mesmo que o
constituindo. E é essa capacidade de compreensão de si e do mundo que dá a ele
uma distinção existencial. Ao olharmos a história percebemos que o homem foi modificando
seu olhar ou sua forma de olhar o mundo. Na busca de compreender a realidade
que o cerceia (compreender para dominar, dominar para tirar proveito) foi
buscando explicações possíveis para cada momento histórico. Se em um período
primário explicavam o mundo de uma forma mais fenomênica, mística, mítica (Mitologia)
em um segundo momento passa a explica-lo por intermédio direto do uso da sua
razão para compreensão e explicação do mundo (pré-socráticos), logo após volta
seu olhar para si mesmo, sua existência e lugar no mundo (os clássicos) e desse
olhar teremos diversas escolas, discursos e práticas existenciais (Helenismo).
Esse período helênico é um período de expansão da doutrina filosófica cunhada
na pessoa (filósofo) de Jesus e seus ensinamentos, que por mais vários séculos
(e até hoje) faz o pensar filosófico se ater a temas correspondentes ao mesmo
(período Medieval). E por fim o homem volta seu olhar para o mundo, novamente,
na busca de compreendê-lo e explica-lo, só que agora esse olhar não é meramente
especulativo, o olhar sobre o mundo é na busca de compreender as estruturas do
mesmo e as consequentes influências dessa estrutura existente sobre sua
existência (Modernos).
Assim, a filosofia é o olhar
que o homem lança sobre si e sobre o mundo, fazendo uso daquele que é seu maior
atributo (razão) com vistas a compreender os porquês dos porquês dos nossos
porquês, e assim construirmos, através dessa compreensão um novo mundo, agora
sujeito a nossa compreensão. Compreensão que deriva de outras compreensões que
compreenderam realidades do mundo.
O fato é que nossa existência é
constituída por discursos (compreensões) filosóficos, a nossa busca com essa
disciplina é explicitar esses discursos para melhor compreende-los e usá-los, e
ao mesmo tempo construir com eles, ou por meio deles, novos discursos
condizentes com nossa existência, ou com nosso olhar compreensivo sobre o
mundo.
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