terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Do Espanto a Reflexão


O homem (ser humano) é homem porque difere dos outros seres da natureza, não por sua constituição física/fisiológica (mamífero como outros), e sim por sua capacidade de olhar o mundo e se incluir nesse, ou se perceber diferente dele mesmo que o constituindo. E é essa capacidade de compreensão de si e do mundo que dá a ele uma distinção existencial. Ao olharmos a história percebemos que o homem foi modificando seu olhar ou sua forma de olhar o mundo. Na busca de compreender a realidade que o cerceia (compreender para dominar, dominar para tirar proveito) foi buscando explicações possíveis para cada momento histórico. Se em um período primário explicavam o mundo de uma forma mais fenomênica, mística, mítica (Mitologia) em um segundo momento passa a explica-lo por intermédio direto do uso da sua razão para compreensão e explicação do mundo (pré-socráticos), logo após volta seu olhar para si mesmo, sua existência e lugar no mundo (os clássicos) e desse olhar teremos diversas escolas, discursos e práticas existenciais (Helenismo). Esse período helênico é um período de expansão da doutrina filosófica cunhada na pessoa (filósofo) de Jesus e seus ensinamentos, que por mais vários séculos (e até hoje) faz o pensar filosófico se ater a temas correspondentes ao mesmo (período Medieval). E por fim o homem volta seu olhar para o mundo, novamente, na busca de compreendê-lo e explica-lo, só que agora esse olhar não é meramente especulativo, o olhar sobre o mundo é na busca de compreender as estruturas do mesmo e as consequentes influências dessa estrutura existente sobre sua existência (Modernos).
Assim, a filosofia é o olhar que o homem lança sobre si e sobre o mundo, fazendo uso daquele que é seu maior atributo (razão) com vistas a compreender os porquês dos porquês dos nossos porquês, e assim construirmos, através dessa compreensão um novo mundo, agora sujeito a nossa compreensão. Compreensão que deriva de outras compreensões que compreenderam realidades do mundo.

O fato é que nossa existência é constituída por discursos (compreensões) filosóficos, a nossa busca com essa disciplina é explicitar esses discursos para melhor compreende-los e usá-los, e ao mesmo tempo construir com eles, ou por meio deles, novos discursos condizentes com nossa existência, ou com nosso olhar compreensivo sobre o mundo.   

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