domingo, 29 de maio de 2016

Maquiavel e a Política da Astúcia

Maquiavel e a Política da Astúcia
Quando nos deparamos com uma obra qualquer e temos a pretensão de fazer um desvelamento compreensivo da mesma e descobrir as ideias e conceitos desenvolvidos pelo autor, uma pergunta se nos faz de fundamental importância. Qual é a desse cara? O que ele quer com esse texto, obra, livro?
No caso de Maquiavel, ele participa deum momento histórico,  uma ruptura humanística, uma nova perspectiva de vida e mundo (giro antropocêntrico) na qual o homem está no centro da ação humana, a qual visa a elaboração da existência do homem pelo homem.
Então, para iniciar, cabe nos perguntar o que é o homem para Nicolau Maquiavel? Para ele o homem é um ser desejante. Sempre em busca do que não tem, do que lhe faz falta. Esse mesmo homem que nunca estará satisfeito, e sempre apresenta um discurso de delimitação de seu ato de desejar, mas está somente é uma manifestação da sua impossibilidade de realizar seus desejos latentes, uma demonstração clara do seu iminente fracasso, da sua falta de poder para poder fazer o seu querer fazer.  Ora, precisamos entender que o agir humano é uma agir intencionado e motivado por desejos naturais e contínuos do ser do homem, então, quando você lê um jornal, revista, livro ou assiste TV, filme e novela, precisa não perder de vista que os mesmos são feitos com intenções diretas e indiretas de seus autores. Isso se dá porque a política é o exercício do poder, ou seja, a manifestação no mundo via ações objetivadas, daquilo que se pretende e deseja obter atuando nele.
No Brasil, por exemplo, o povo escolhe o Presidente da República, certo? Mas é claro que não, diria Maquiavel. Num país de quase 200 milhões de brasileiros e cerca de 80 milhões elegíveis tivemos e teremos nas próximas eleições as mesmos personagens políticas das ultimas eleições. E assim, o povo escolhe mesmo é quem vai governar, pois quem vai disputar já é decidido antes economicamente e politicamente. Ao povo é dado o direito obrigatório de escolher quem vai mandar e governar em seu nome (supostamente).
Segundo Maquiavel, o que devo fazer para agir? Ou, quando ajo bem? Sendo o homem um ser desejante, e sendo o seu desejo aquilo que lhe é mais essencial e vital, a boa ação (o boa aqui não é relativo à bem) é aquele que realiza seu desejo, e por isso, a ação é boa quando tem como consequência o resultado pretendido no inicio do seu ato. Aqui fica bem melhor entendido o conceito de crueldades bem usadas. Não é que se queira fazer o mal, ou que Maquiavel estimule a isso. Fazer o mal não é bom, mas se o mal for necessário ou útil, que seja feito. Contudo, essa ação eficiente só tem valor se, assim como as Mascaras, ela não aparecer como realmente é, e sim que pareça ser aquilo que agrada a quem a contempla, ou aquele para quem supostamente se governa. Porque está em questão um outro conceito presente em sua obra, O Principe, em que o líder deve ser amado ou ser temido? O bom é que sejam os dois, contudo se tiver que escolher o medo é muito melhor, é um aliado mais fiel, visto que os afetos são inconstantes e não confiáveis e o medo uma boa aposta segura.
Sobre Virtu e Fortuna, Maquiavel apresenta a Virtu como sendo o empreendimento de habilidades (virtudes) ético-políticas com astúcia e inteligência para a boa utilização dos recursos e meios disponibilizados para o exercício do poder, ou mesmo para a ação. Essa boa utilização possibilita, na virtu, uma abertura a fortuna que é a ampliação da possibilidade de que os fins sejam obtidos. É nesse sentido que a materialização da virtu realiza um equacionamento lógico probabilístico de fortuna (sorte) e êxito.
E outra coisa importantíssima em Nicolau Maquiavel, é a sua idealização de Ciência Politica. Sendo a política a arte de governar, a sua ciência política é o uso dos recursos filosóficos, estatísticos, sociológicos, midiáticos, financeiros para manter o poder (fundamental para o príncipe) e se possível crescer com e no mesmo.
Estes são os conceitos filosóficos centrais de Nicolau Maquiavel, tão presente em nosso cenário politico atual, diria até mais, em Brasília, a atuação maquiavélica é habilidade fundamental para o sucesso político. 

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Sociologia da Educação

Sociologia da Educação

Na perspectiva da Sociologia, a Educação é o meio ou a forma socialmente utilizada para conversão/transformação da criatura humana em ser humano.
Em um primeiro momento, a família educa a criança a ser (+-3 anos). Ensinar a se comportar humanamente (falar, andar, se relacionar).
No segundo momento, a família e a escola (+-6 anos), irão moralizar a criança, ou seja, ensinar a ser um ser e a agir (desenvolver na criança sua humanidade e atributos humanos como ler, escrever, contar, pintar, criar).
E é no terceiro estágio que a Escola (visto que a família não perde sua responsabilidade de moralizar nunca) ensina a criança, até a idade pré-adulta, de acordo com a dinâmica social. Assim, de acordo com sua sociedade e as necessidades da mesma, será desenvolvida uma educação que prepare e condicione a criança a estar apta, no momento certo, a participar racional, emocional, profissionalmente da mesma.
Émile Durkheim (em sua Sociologia da Religião), analisa a necessidade humana de um ente (Deus) controlador do seu existir (pensar e comportar-se, ou a razão de fazer os mesmos). Assim, a Sociologia da Educação de Durkheim é a substituição desse ente (Deus) pela sociedade. E assim, esse cidadão (homem/mulher) fará o controle moral de si em nome dessa sociedade, o que Émile Durkheim chamou na França, no inicio do século XX, de Projeto de Nação.
Para a Sociologia da Educação é preciso compreender que a educação se dá no contexto de uma sociedade especifica, e, portanto, não há uma educação ideal, mas uma educação adequada às necessidades históricas das sociedades. Para Marx e Bourdieu, está mesma educação está condicionada também a condição econômica do educado.
Sobre o processo de Educação temos duas teorias centrais.
Émile Durkheim: a função da educação é conservar a sociedade, e assim, visa reproduzir a solidariedade social nos indivíduos. Mas, para Durkheim, nem todos os indivíduos tem a mesma possibilidade (competência) para refletir, pensar, desenvolver, construir os saberes. Assim, a desigualdade é tomada como questão individual e não social. Émile Durkheim atribui o fracasso ou sucesso escolar á capacidade pessoal, sendo uma questão de competência ou incompetência pessoal.
Pierre Bourdieu: a escola é um espaço de reprodução de estruturas sociais e de transferência de capitais de uma geração para outra (a origem social do individuo se torna destino escolar). É nela que o legado econômico da família transforma-se em capital cultural (o sucesso na escola não é efeito de aptidões naturais, mas de uma realidade objetivamente dada que o agente incorpora, tornando-a subjetiva). A esse processo de interiorização do que é objetivamente determinação, Bourdieu chamou de habitus. Segundo ele, os saberes escolares são um capital cultural comum às classes dominantes[1], capital cultural e habitus que os alunos de outras classes não participam, embora se fale de democratização da educação. Exemplo: alunos que vem de famílias cujos responsáveis possuem maior Capital Cultural, chegam à escola e são expostos a conhecimentos que já trazem de casa, além de várias “heranças”, como a postura corporal e a habilidade de falar em público a muitas coisas que já vivenciaram em casa (o hábito da leitura, teatro, museu, viagem, jornal), levando assim uma vantagem com relação aos que não possuem este capital cultural herdado.



[1] A elaboração do conteúdo escolar tem origem histórica, social e econômica. E tem objetivos sociais e econômicos.

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Espaço Público e Espaço Privado

Espaço Público e Espaço Privado
O ser humano é um ser valorativo, e,  portanto valora suas convivências sociais e valora os espaços onde realiza essas valorações.
Os espaços, geralmente, possuem especificações determinadas, embora as mesmas possam variar de acordo com o uso que se faz dele (casa-festa/shopping/escola), e outros sempre mudam de especificação a partir do uso. Assim, o determinante para o espaço ser público ou privado é o uso que se faz dele (P.V.L. => bicicleta e quadra de basquete)
A ocupação do solo urbano atende apenas ao interesse do capital privado. Os melhores e maiores espaços (arquitetura ) pertencem há uma pequena e mesma classe de pessoas. Na sociedade atual, o capitalismo absorve quase todo o espaço e o repensa em função da utilidade econômica. Quase toda a cidade, urbana, mostra sua estruturação a partir dos locais de trabalho e consumo (comércio e lazer).
Espaços de morte (cemitérios): Público e Privado
As classes sociais têm interesses e necessidades diferentes, o que determina diferentes formas de apropriação de um espaço coletivo enquanto espaço público. Um mesmo espaço tem diferentes significados determinados pela cultura social e econômica daquele que se utiliza dele (praça, JK, escola).
Sociologia Urbana
A sociologia urbana trata especificamente das relações sociais estabelecidas no espaço urbano, analisando as implicações de convivências no mesmo, pensando as inclusões e exclusões que acontecem e quais suas motivações objetivas e econômicas.
Esse pensamento sociológico surge na Escola de Chicago no fim do século XIX, onde utiliza a sociologia para fazer uma antropologia urbana, em que o outro (o problema da alteridade) torna-se o próximo. Desencadeia-se a partir desse pensar, estudos relacionados a divisão espacial, surgimento da oposição entre ricos e pobres, surgimento das favelas, proliferação do crime e da violência (geograficamente determinados), moradores de rua, excluídos em geral, preconceitos urbanos, o aumento populacional e outros.
O urbano deve ser compreendido como espaço socialmente produzido, de acordo com os vários modos de organização socioeconômica e de controle politico em que está inserido, sendo essencial compreender as relações de produção, consumo, trocas e de poder que se manifestam no ambiente urbano.
Condições determinantes do urbano =>  economia, tecnologia, mídia, religião, produção.
Uma questão central estudada na estrutura da sociedade urbana é o “estado do bem estar social”, que ressalta a dupla exploração sofrida pelas classes populares (econômica e espacial). A questão da “Dual City”=> espaço dos ricos e dos pobres. E o surgimento dos movimentos sociais urbanos (minorias) a partir dessa questão (MST, LGBTS, Movimento Feminista, Movimento Negro)

Violência simbólica=> os espaços são consagradores ou agressores de acordo com a bagagem sócio cultural daqueles que dele participam.  Os ambientes são valorados por quem os constrói  e os utiliza, e assim os espaços acabam adquirindo valores a partir desses. Como já vimos, os espaços são equacionados a partir de interesses econômicos e esses interesses econômicos correspondem a classes especificas, adquirindo assim, indiretamente, valores excludentes daqueles que não pertencem a classe especifica e seus subsequentes valores moldadores do espaço em questão. 

Consumo e Consumismo

Consumo e Felicidade
“A terra pode oferecer o suficiente para satisfazer as necessidades de todos os homens, mas não a ganancia de todos os homens.” (M. Gandhi)
“Não há drama no fato de alguém não poder comprar marcas e luxo; o drama é a vida não ter outro ideal senão o consumo.” (Giles Lipovestsky)
Consumo e Consumismo
Consumir, possuir, obter, acumular são verbos possessivos de uma significância e importância social que condicionam nossa vivência e existência. Consumo e consumismo são termos paralelos de significados excludentes. Consumir é uma necessidade humana e consumismo é prioridade exacerbada que se dá a consumir o que não é essencial. Consumismo é uma forma alienada e inconsciente de fazer do paradigma do mercado (ter mais e mais) a posição mais alta da hierarquia de valores humanos.
O consumismo é considerado uma patologia por ter implicações emocionais, psicológicas relacionadas à baixa autoestima e problemas de relacionamentos humanos e afetivos. Ele revela na sociedade contemporânea, consequências mentais de alienação, exploração, econômica, problemas ambientais, impactos culturais, manipulação comportamental e aumento das desigualdades sociais.
O filósofo Giles Lipovestisky, em seu livro A Sociedade da Decepção, analisa a espiral da frustração humana, a maneira sistemática como o homem/mulher (humanidade) forja para si em parâmetros sociais e globais (sobrepujados pelo econômico) conceitos de vida feliz não alcançável. A fórmula encontrada pelo filósofo para caracterizar o hipermoderno é simples e eficaz: o mais e menos ao mesmo tempo. Nunca se buscou tanto a magreza e nunca se teve tantos obesos[1].   Convivemos continuamente com a desagradável sensação de desconforto público gerada pela sensação e percepção que o outro tem o que não podemos. E a questão central nessa sociedade da decepção é que o aumento de consumo não propicia aumento da felicidade, basta olhar os altos índices de suicídio em países com os mais altos padrões/qualidade de vida.
A população mundial demorou dezenas de anos para atingir 1 bilhão de habitantes (1800) e em 200 anos atingiu a cifra de 7 bilhões. Os adventos históricos Iluminismo/Revolução Industrial/Capitalismo/Globalização alavancou e globalizou a desigualdade e por isso é que há cada vez maiores diferenças entre os países ricos e pobres (Neoliberalismo - pró e contra).
Um conceito premente na sociedade moderna é o da qualidade de vida que condiciona ser mais feliz e gozar de maior qualidade de vida como sendo pleonasmo. Embutido a ideia de qualidade de vida está a ideia de dinheiro como felicidade, e defendemos uma nos jogando nos braços da outra fugindo de uma e buscando a outra, contudo ambas tem os mesmos efeitos.
Felicidade: Uma perspectiva sociológica
A felicidade e seus conceitos derivativos estão localizados hoje, como foram antes em todas as outras sociedades históricas, no tempo e no espaço. Pensar em ser feliz e estar bem em São Paulo seria diferente de ser feliz em Campinas, São Carlos e etc. contudo, houve uma padronização conceitual de valores e culturas no que diz respeito a definição da boa vida, medida as proporções, tanto em São Paulo, como em Tóquio ou Nova Iorque. O homem/mulher contemporâneo é humano virtual, conceitual e líquido. Assim, o ser feliz esta condicionado a moldes já estruturados e definidos a priori de si, da própria consciência e do próprio desejo. É preciso consciência e muita força de vontade para não sucumbir ao uso desenfreado das novas tecnologias (celular, principalmente) sem deixar que as mesmas ditem os padrões de modelos de nossa existência. Seria o mesmo para a insistente busca do corpo perfeito. Esbelto, silhueta contornada e quadris salientes como padrão de beleza da cultura industrializada (globalizada). Como diz Lipovetsky: cada um pode fazer o que bem entender e ser o que bem quiser, mas é quase impossível encontrar uma mulher que queira ser gorda. A sociedade hipermoderna cria novas imposições e cobra novas posturas. A liberdade (social) pode ter um preço muito alto: a frustração.
O futuro da sociedade de consumo é incerto, o que sabemos é que ela uma etapa histórica como tantas outras. A questão é o que sobrará de mundo e quem será o homem após ela. Não há recursos ambientais, econômicos, industriais, espaciais, sociais e humanos para realizar a felicidade propagada como necessária ou boa para todos. Assim, numa perspectiva social precisamos perceber que a felicidade é discurso construído historicamente e socialmente (global), e que ter consciência dessa construção já nos possibilita pensar a mesma para se ajustar, negar ou até mesmo reformular em pró de um discurso mais condizente com um eu existente em uma sociedade orgástica.




[1] Gilles Lipovetsky. A Sociedade da Decepção.

domingo, 1 de maio de 2016

Desigualdades Sociais

Desigualdades Sociais

A sociologia existe para investigar, analisar e responder a temas referentes à vivência do homem em sociedade. Focando sempre no porque as coisas são e estão como estão. Para assim, compreender e explicar as vivências sociais e o porquê das mesmas serem como são. Nossa proposta é pensar no porque a vivência social de pessoas iguais é tão radicalmente afetada por desigualdades
Podemos pensar a desigualdade social como sendo uma desigual distribuição de Poder Econômico, Poder Social, Poder Cultural, Poder Político, Poder Étnico e outros.  O que é preciso enfatizar aqui é que nunca houve na história humana sociedades igualitárias, onde todos eram considerados de igual valor e tendo os mesmos direitos e condições existenciais. No Brasil, por exemplo, temos desigualdades referentes a gênero, raça, idade e a posse/bens. 
“Num país um com 190 milhões de habitantes, um terço da população dispõe de condições de vida e vida comparáveis às de um país europeu. Outro terço, no entanto, se situa num nível extremamente modesto, comparável aos mais pobres padrões afro-asiáticos. O terço intermediário se aproxima mais do inferior que do superior”. Orson Camargo.
Inúmeros dados e estudos apontam que a desigualdade social e econômica cresce em todo o mundo. Dados do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) revelam que 1% dos mais ricos detêm 40% dos bens globais. Um relatório da ONG Oxfam demonstra também que as 85 pessoas mais ricas do mundo possuem uma renda equivalente as 3,5 bilhões de pessoas mais pobres.
Se refletirmos sobre o tema a partir de Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), veremos que para ele a desigualdade é um fenômeno que tende a sempre se intensificar no contexto social. As famílias mais pobres possuem um menor acesso à instrução e às informações necessárias para alavancar um desenvolvimento próprio, enquanto os grupos mais ricos possuem um maior nível estrutural para investirem e multiplicarem sua renda e os largos benefícios advindos dela. Para Rousseau, o que causa a desigualdade é exatamente a divisão social do trabalho. com a criação da propriedade e dos bens particulares e não distribuíveis. Muito alinhado a essa ideia temos Karl Marx (1818-1883). Ele enxergava a sociedade a partir da luta de classes e via a desigualdade manifestada a partir dos desequilíbrios entre a burguesia e os trabalhadores, a primeira era a detentora dos meios de produção, controlando e retendo a maior parte dos lucros sobre os bens produzidos. Essa lógica, perpetuada pela mais-valia, concentrava a renda (burgueses) e marginalizava os cidadãos (proletários), além de criar um exército de desempregados, que forçava uma concorrência entre os próprios trabalhadores, privando-os de sua emancipação.
O que temos então é que a desigualdade social é historicamente construída. Agora é preciso pensar que o conceito de igualdade entre os homens é correlato ao surgimento do cristianismo e que no século XVIII as teorias igualitárias e humanista (Revolução Francesa) são também decorrências. Com o processo Iluminismo/Revolução Industrial/Capitalismo/Globalização se estabeleceu uma sociedade de competição (competência), que significa sociedade de vencedores e perdedores.
Nessa sociedade capitalista temos o surgimento do pobre e do excluído, em outras sociedades isso não era problema, não havia esses modelos de classificação/categorização. O olhar era outro, eram sociedades sólidas e definidas. Agora, fundada essa sociedade capitalista e competitiva, sociedade dos competentes em oposição aos incompetentes, a pobreza na mesma tem origem  histórica e tendências  estruturais. A pobreza é entendida como o despossuimento do mínimo necessário para o bem viver e isso gera em contrapartida ou em consequência a exclusão que é estar sem acesso a uma adequada preparação para competir.

Assim, temos que refletir sobre as desigualdades sociais (na sociedade) e ao mesmo tempo compreender as origens histórico-sociais da mesma, e juntamente a isso nos possibilitar uma análise social da nossa condição na mesma, e talvez refletir como mudar ou melhorar a vivência nela, que significa a superação da pobreza pela inclusão dos excluídos da mesma. 

Cultura e Etnocentrismo

Cultura e Etnocentrismo
Cultura => é tudo aquilo que é cultuado, cultivado, no individuo socialmente
Cultura para a sociologia: é o conjunto de hábitos, normas, preferencias, linguagens, ritos, artesanatos, símbolos, produção artística, manifestação religiosa e outros. A cultura de um determinado povo (indígena, africano, baiano), portanto, não é inferior ou superior (EUA), a nossa, mas simplesmente diferente.
Ao desenvolver cultura e ao ter cultura desenvolvida em si, o homem o faz por meio de Signos e Símbolos. A capacidade de simbolizar desenvolveu-se diante da necessidade ou vontade, especificamente humana de interpretar  o mundo, atribuindo-lhe sentidos que, aparentemente, ele não possui. O homem/mulher ao simbolizar o mundo/sociedade em que vive, o faz por meios de signos. Exemplos: a linguagem, a palavra, as letras, esculturas, signos e símbolos religiosos.
Cultura é o complexo conjunto de símbolos construídos por um povo em um determinado tempo e espaço, graças, a enorme capacidade de simbolizar as culturas são múltiplas e diversas. A cultura, também, condiciona a visão (modo de olhar) do homem/mulher: a cultura é como uma lente através da qual o homem vê o mundo.
O fato de o homem/mulher ver o mundo através de sua cultura (lente cultural – visão culturalizada) tem como consequência a propensão em considerar o seu modo de vida como o mais correto e mais natural. Tal dependência e pratica denominamos de Etnocentrismo, e é ele, o responsável nos casos mais extremos pela ocorrência de numerosos conflitos sociais, principalmente religiosos.