quarta-feira, 25 de maio de 2016

Sociologia da Educação

Sociologia da Educação

Na perspectiva da Sociologia, a Educação é o meio ou a forma socialmente utilizada para conversão/transformação da criatura humana em ser humano.
Em um primeiro momento, a família educa a criança a ser (+-3 anos). Ensinar a se comportar humanamente (falar, andar, se relacionar).
No segundo momento, a família e a escola (+-6 anos), irão moralizar a criança, ou seja, ensinar a ser um ser e a agir (desenvolver na criança sua humanidade e atributos humanos como ler, escrever, contar, pintar, criar).
E é no terceiro estágio que a Escola (visto que a família não perde sua responsabilidade de moralizar nunca) ensina a criança, até a idade pré-adulta, de acordo com a dinâmica social. Assim, de acordo com sua sociedade e as necessidades da mesma, será desenvolvida uma educação que prepare e condicione a criança a estar apta, no momento certo, a participar racional, emocional, profissionalmente da mesma.
Émile Durkheim (em sua Sociologia da Religião), analisa a necessidade humana de um ente (Deus) controlador do seu existir (pensar e comportar-se, ou a razão de fazer os mesmos). Assim, a Sociologia da Educação de Durkheim é a substituição desse ente (Deus) pela sociedade. E assim, esse cidadão (homem/mulher) fará o controle moral de si em nome dessa sociedade, o que Émile Durkheim chamou na França, no inicio do século XX, de Projeto de Nação.
Para a Sociologia da Educação é preciso compreender que a educação se dá no contexto de uma sociedade especifica, e, portanto, não há uma educação ideal, mas uma educação adequada às necessidades históricas das sociedades. Para Marx e Bourdieu, está mesma educação está condicionada também a condição econômica do educado.
Sobre o processo de Educação temos duas teorias centrais.
Émile Durkheim: a função da educação é conservar a sociedade, e assim, visa reproduzir a solidariedade social nos indivíduos. Mas, para Durkheim, nem todos os indivíduos tem a mesma possibilidade (competência) para refletir, pensar, desenvolver, construir os saberes. Assim, a desigualdade é tomada como questão individual e não social. Émile Durkheim atribui o fracasso ou sucesso escolar á capacidade pessoal, sendo uma questão de competência ou incompetência pessoal.
Pierre Bourdieu: a escola é um espaço de reprodução de estruturas sociais e de transferência de capitais de uma geração para outra (a origem social do individuo se torna destino escolar). É nela que o legado econômico da família transforma-se em capital cultural (o sucesso na escola não é efeito de aptidões naturais, mas de uma realidade objetivamente dada que o agente incorpora, tornando-a subjetiva). A esse processo de interiorização do que é objetivamente determinação, Bourdieu chamou de habitus. Segundo ele, os saberes escolares são um capital cultural comum às classes dominantes[1], capital cultural e habitus que os alunos de outras classes não participam, embora se fale de democratização da educação. Exemplo: alunos que vem de famílias cujos responsáveis possuem maior Capital Cultural, chegam à escola e são expostos a conhecimentos que já trazem de casa, além de várias “heranças”, como a postura corporal e a habilidade de falar em público a muitas coisas que já vivenciaram em casa (o hábito da leitura, teatro, museu, viagem, jornal), levando assim uma vantagem com relação aos que não possuem este capital cultural herdado.



[1] A elaboração do conteúdo escolar tem origem histórica, social e econômica. E tem objetivos sociais e econômicos.

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