Sociologia da Educação
Na perspectiva da Sociologia, a Educação
é o meio ou a forma socialmente utilizada para conversão/transformação da
criatura humana em ser humano.
Em um primeiro momento, a família educa a
criança a ser (+-3 anos). Ensinar a se comportar humanamente (falar, andar, se
relacionar).
No segundo momento, a família e a escola
(+-6 anos), irão moralizar a criança, ou seja, ensinar a ser um ser e a agir
(desenvolver na criança sua humanidade e atributos humanos como ler, escrever,
contar, pintar, criar).
E é no terceiro estágio que a Escola
(visto que a família não perde sua responsabilidade de moralizar nunca) ensina
a criança, até a idade pré-adulta, de acordo com a dinâmica social. Assim, de
acordo com sua sociedade e as necessidades da mesma, será desenvolvida uma educação
que prepare e condicione a criança a estar apta, no momento certo, a participar
racional, emocional, profissionalmente da mesma.
Émile Durkheim (em sua Sociologia da
Religião), analisa a necessidade humana de um ente (Deus) controlador do seu existir
(pensar e comportar-se, ou a razão de fazer os mesmos). Assim, a Sociologia da
Educação de Durkheim é a substituição desse ente (Deus) pela sociedade. E assim,
esse cidadão (homem/mulher) fará o controle moral de si em nome dessa
sociedade, o que Émile Durkheim chamou na França, no inicio do século XX, de Projeto
de Nação.
Para a Sociologia da Educação é preciso
compreender que a educação se dá no contexto de uma sociedade especifica, e,
portanto, não há uma educação ideal, mas uma educação adequada às necessidades históricas
das sociedades. Para Marx e Bourdieu, está mesma educação está condicionada também
a condição econômica do educado.
Sobre o processo de Educação temos duas
teorias centrais.
Émile
Durkheim: a função da educação
é conservar a sociedade, e assim, visa reproduzir a solidariedade social nos indivíduos.
Mas, para Durkheim, nem todos os indivíduos tem a mesma possibilidade (competência)
para refletir, pensar, desenvolver, construir os saberes. Assim, a desigualdade
é tomada como questão individual e não social. Émile Durkheim atribui o
fracasso ou sucesso escolar á capacidade pessoal, sendo uma questão de competência
ou incompetência pessoal.
Pierre
Bourdieu: a escola é um espaço de reprodução de
estruturas sociais e de transferência de capitais de uma geração para outra (a
origem social do individuo se torna destino escolar). É nela que o legado
econômico da família transforma-se em capital cultural (o sucesso na escola não
é efeito de aptidões naturais, mas de uma realidade objetivamente dada que o
agente incorpora, tornando-a subjetiva). A esse processo de interiorização do
que é objetivamente determinação, Bourdieu chamou de habitus. Segundo ele, os
saberes escolares são um capital cultural comum às classes dominantes[1],
capital cultural e habitus que os alunos de outras classes não participam,
embora se fale de democratização da educação. Exemplo: alunos que vem de famílias
cujos responsáveis possuem maior Capital Cultural, chegam à escola e são expostos
a conhecimentos que já trazem de casa, além de várias “heranças”, como a
postura corporal e a habilidade de falar em público a muitas coisas que
já vivenciaram em casa (o hábito da leitura, teatro, museu, viagem, jornal),
levando assim uma vantagem com relação aos que não possuem este capital
cultural herdado.
[1] A elaboração
do conteúdo escolar tem origem histórica, social e econômica. E tem objetivos
sociais e econômicos.
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