Filosofia
Política
Desde os primórdios da
filosofia e em suas subsequentes fases históricas e filosóficas, a mesma sempre
se ocupou de entender em como é, e porque é como é a relação humana em
sociedade. desde as mitologias, pensamentos pré-socráticos e socráticos, a Democracia
Ateniense, a República de Platão, ou A Política de Aristóteles, Cidade de Deus
e Cidade dos Homens de Santo Agostinho, O Príncipe de Maquiavel, O Leviatã de Thomas Hobbes, os Dois tratados sobre o Governo de John Locke, O Discurso sobre
a Origem e os Fundamentos das Desigualdades de Jean Jacques Rosseau, a Crítica da Razão Prática e Fundamentação
da Metafísica dos Costumes de Immanuel Kant, Manifesto Comunista e o Capital de
Karl Marx. Daqui em diante muito se falara da política e da vida em
sociedade e de como melhor realiza-la, contudo a filosofia deixa de ser a
ciência representativa desse pensamento, a partir de Auguste Comte e sua
filosofia social que se transformará em uma nova área de estudo, a Sociologia.
A Filosofia Política pensar
sempre a questão da convivência humana, fazendo esse pensar sempre tendo como
fundo a gênese dessa convivência, seu desenvolvimento, sua atualidade (autor) e
sua projeção/perspectiva para o futuro.
Nestes termos, se dividirmos a história da filosofia em modelos filosóficos
perceberemos uma tendência racional filosófica para a política presente dentro
desses modelos.
Filosofia Política Grega (zoôn
politikon)
Polis Grega – A Política – A
República.
Filosofia Política Medieval
(Cristã)
Santo Agostinho – Tomas de
Aquino
Filosofia Política Moderna
Contratualista (Hobbes, Locke,
Rousseau)
Classista/Econômica (Engels e
Marx)
Texto clássico
Leviatã=> Thomas Hobbes
(1588-1679)
É certo que algumas criaturas
vivas, como as abelhas e as formigas, vivem em sociedade (e por isso são
inclusas por Aristóteles entre as criaturas políticas), mas não são regidas
senão por seus juízos e apetites particulares, não dispondo da linguagem por meio
da qual uma possa indicar à outra aquilo que acredita ser vantajoso para o bem
comum. Assim, talvez, alguns desejem saber por que o gênero humano não pode
fazer o mesmo. Ao que respondo:
Em primeiro lugar, os homens
estão em continua competição pela honra e pela dignidade, o que não ocorre
entre essas criaturas; consequentemente, surgem entre os homens inveja, ódio e,
por fim, a guerra; entre as criaturas não é assim.
Em segundo lugar, entre as
criaturas o bem comum não se distingue do bem individual, mas, sendo, por
natureza, inclinadas a buscar o seu bem individual, acabam por alcançar o bem
comum. Mas, para os homens, a felicidade consiste em comparar-se com os outros
homens...
Em terceiro lugar, não
possuindo essas criaturas (ao contrário do homem) o uso da razão, não veem nem
pensam ver qualquer culpa na administração dos seus negócios comuns, ao passo
que, entre os homens, existem muitos que se julgam mais sábios e capazes que os
outros para governar a coisa publica; e se esforçam para reformar e inovar as
formas diferentes, o que acaba por leva-los à divisão e à guerra civil.
Em quarto lugar, essa criaturas
irracionais, mesmo fazendo um certo uso da voz para comunicar entre si os seus
desejos e as suas predileções, sao desprovidos da arte da linguagem, mediante a
qual alguns homens podem representar aos demais o que é o bem sob a aparência
do mal e o que é o mal sob a aparência do bem, aumentando ou diminuindo a
aparente dimensão do bem e do , provocando descontentamento entre os homens e
abalando sua paz e seu bel-prazer.
Em quinto lugar, as criaturas irracionais
não são capazes de distinguir injúria e dano; portanto, desde que se sintam à
vontade, não se sentem ofendidas pelas suas companheiras, ao passo que o homem
é tanto mais turbulento quanto mais se sente à vontade; é justamente neste caso
que gosta de exibir a sua sabedoria e censurar as ações daqueles que governam o
Estado.
Finalmente, o acordo que se
produz entre as criaturas é natural, enquanto o acordo entre os homens é apenas
pactual, ou seja, artificial, portanto, não é surpreendente que (além do pacto)
exijam algumas coisas uns dos outros para tornar o acordo constante e duradouro
– ou seja, um poder comum que se constranja e dirija as suas ações para um
beneficio comum.
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