domingo, 2 de outubro de 2016

Filosofia Política

Filosofia Política

Desde os primórdios da filosofia e em suas subsequentes fases históricas e filosóficas, a mesma sempre se ocupou de entender em como é, e porque é como é a relação humana em sociedade. desde as mitologias, pensamentos pré-socráticos e socráticos, a Democracia Ateniense, a República de Platão, ou A Política de Aristóteles, Cidade de Deus e Cidade dos Homens de Santo Agostinho, O Príncipe de Maquiavel, O Leviatã de Thomas Hobbes, os Dois tratados sobre o Governo de John Locke, O Discurso sobre a Origem e os Fundamentos das Desigualdades de Jean Jacques Rosseau, a Crítica da Razão Prática e Fundamentação da Metafísica dos Costumes de Immanuel Kant, Manifesto Comunista e o Capital de Karl Marx. Daqui em diante muito se falara da política e da vida em sociedade e de como melhor realiza-la, contudo a filosofia deixa de ser a ciência representativa desse pensamento, a partir de Auguste Comte e sua filosofia social que se transformará em uma nova área de estudo, a Sociologia.
A Filosofia Política pensar sempre a questão da convivência humana, fazendo esse pensar sempre tendo como fundo a gênese dessa convivência, seu desenvolvimento, sua atualidade (autor) e sua projeção/perspectiva para o futuro.  Nestes termos, se dividirmos a história da filosofia em modelos filosóficos perceberemos uma tendência racional filosófica para a política presente dentro desses modelos.

Filosofia Política Grega (zoôn politikon)
Polis Grega – A Política – A República.

Filosofia Política Medieval (Cristã)
Santo Agostinho – Tomas de Aquino

Filosofia Política Moderna
Contratualista (Hobbes, Locke, Rousseau)
Classista/Econômica (Engels e Marx)


Texto clássico

Leviatã=> Thomas Hobbes (1588-1679)
É certo que algumas criaturas vivas, como as abelhas e as formigas, vivem em sociedade (e por isso são inclusas por Aristóteles entre as criaturas políticas), mas não são regidas senão por seus juízos e apetites particulares, não dispondo da linguagem por meio da qual uma possa indicar à outra aquilo que acredita ser vantajoso para o bem comum. Assim, talvez, alguns desejem saber por que o gênero humano não pode fazer o mesmo. Ao que respondo:
Em primeiro lugar, os homens estão em continua competição pela honra e pela dignidade, o que não ocorre entre essas criaturas; consequentemente, surgem entre os homens inveja, ódio e, por fim, a guerra; entre as criaturas não é assim.
Em segundo lugar, entre as criaturas o bem comum não se distingue do bem individual, mas, sendo, por natureza, inclinadas a buscar o seu bem individual, acabam por alcançar o bem comum. Mas, para os homens, a felicidade consiste em comparar-se com os outros homens...
Em terceiro lugar, não possuindo essas criaturas (ao contrário do homem) o uso da razão, não veem nem pensam ver qualquer culpa na administração dos seus negócios comuns, ao passo que, entre os homens, existem muitos que se julgam mais sábios e capazes que os outros para governar a coisa publica; e se esforçam para reformar e inovar as formas diferentes, o que acaba por leva-los à divisão e à guerra civil.
Em quarto lugar, essa criaturas irracionais, mesmo fazendo um certo uso da voz para comunicar entre si os seus desejos e as suas predileções, sao desprovidos da arte da linguagem, mediante a qual alguns homens podem representar aos demais o que é o bem sob a aparência do mal e o que é o mal sob a aparência do bem, aumentando ou diminuindo a aparente dimensão do bem e do , provocando descontentamento entre os homens e abalando sua paz e seu bel-prazer.
Em quinto lugar, as criaturas irracionais não são capazes de distinguir injúria e dano; portanto, desde que se sintam à vontade, não se sentem ofendidas pelas suas companheiras, ao passo que o homem é tanto mais turbulento quanto mais se sente à vontade; é justamente neste caso que gosta de exibir a sua sabedoria e censurar as ações daqueles que governam o Estado.

Finalmente, o acordo que se produz entre as criaturas é natural, enquanto o acordo entre os homens é apenas pactual, ou seja, artificial, portanto, não é surpreendente que (além do pacto) exijam algumas coisas uns dos outros para tornar o acordo constante e duradouro – ou seja, um poder comum que se constranja e dirija as suas ações para um beneficio comum. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário